O Museu das Cavalhadas foi fundado em 1976, pela poetisa Maria Eunice Pereira e Pina em sua própria casa, localizada na Rua Direita nº 39 – Centro Histórico de Pirenópolis Goiás. O surgimento do Museu das Cavalhadas se relaciona com a guarda de objetos, reportagens e demais elementos ligados às Cavalhadas de Pirenópolis, uma vez que dois dos filhos de Maria Eunice, Luiz Armando e João Luís, participaram enquanto cavaleiros por quase três décadas.

Como os dois se preparavam na casa da mãe, localizada na área central, repórteres, fotógrafos, pesquisadores e público em geral frequentavam a residência de Maria Eunice em busca de informações e possibilidades de registro dos cavaleiros, o que contribuiu para que ela começasse a expor todo o vasto material que guardava relacionado, em especial, sobre as Cavalhadas.

Inicialmente o Museu das Cavalhadas, mesmo ante de aberto ao público, ocupava uma sala da frente da moradia, com entrada independente. Com a demanda da ampliação do acervo foi se expandindo pela residência, passando atualmente a ocupar três outros cômodos da casa, o que possibilitou uma melhor sistematização da disposição e elaborou um circuito mais didático para o acervo, mesmo considerando que é um museu casa, mantido e elaborado sem projeto museológico.

Na sala inicial do Museu das Cavalhadas e a contígua a ela estão vestimentas de cavaleiros — dos filhos e de outros cavaleiros que fizeram doações ao longo do tempo. Está disposta ainda diversas máscaras confeccionadas por artistas locais, em especial pelo filho que também foi cavaleiro, João Luiz Pompeu de Pina e também um chapéu das Cavalhadas de São Miguel, em Açores, acompanhado de fotografias desse evento.

No terceiro ambiente foi elaborado um memorial de Maria Eunice em que fotografias do cotidiano da poetisa se juntam a registro de eventos, diplomas de participação cultural e literária, reprodução de recortes de jornais sobre a vida e trajetória cultural, assim como objetos de uso pessoal e de relação da poetisa com o artesanato local.

O quarto ambiente é onde funciona uma pequena biblioteca para estudos e pesquisas, disponibilizando para consulta significativo acervo sobre Pirenópolis.

Após o falecimento de Maria Eunice Pereira e Pina e tendo Célia a frente do museu, o Museu das Cavalhadas através dos vários projetos que participou ampliou fisicamente o espaço voltado para o atendimento dos visitantes, adquirindo mais dois cômodos da casa, criando um Centro de Documentação – CEDOC e uma sala reservada à memória de Maria Eunice Pereira e Pina. Aumentou ainda o número de roupas dos cavaleiros, livros, revistas, jornais, encartes sobre as Cavalhadas e a Festa do Divino, dentre outros materiais e catalogou todo seu acervo. Além disso, manteve as atividades do museu e ampliou-as participando de vários eventos.

Divulgou o museu internacionalmente, inserindo-o na rede sobre as comunidades açorianas; pesquisou, buscou apoio e conquistou o reconhecimento da importância do Museu da Cavalhadas para a sociedade pirenopolina, de visitantes e ainda para as novas gerações.

Por causa de suas ações frente ao Museu das Cavalhadas e à cultura pirenopolina, Célia Fátima de Pina tornou-se membro da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música, ocupando a cadeira que anteriormente fora destinada a sua mãe, Maria Eunice Pereira e Pina, membro-fundadora da APLAM.

Atualmente, está em andamento um projeto selecionado e aprovado pela Prefeitura de Pirenópolis, para a criação de um portal (site na internet) para o Museu das Cavalhadas.

O Museu das Cavalhadas integra também a programação da Semana do Museu e Primavera do Museu eventos do Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM; participou, em 2018, do programa da TV Brasil, “Caminhos da Reportagem”, sobre a 200ª edição da Festa do Divino Espírito Santo, em Pirenópolis.

O Museu das Cavalhadas realiza as seguintes atividades: expõe o acervo ao público; recebe alunos de escolas, pesquisadores, turistas e comunidade em geral; possui sala de leitura para pesquisa de trabalhos acadêmicos; salvaguarda e preserva a história, memória e tradição da cultura pirenopolina através do acervo sobre as Cavalhadas.